terça-feira, janeiro 28, 2014

Vacina bivalente

Precisamos de uma vacina assim.

Que combata os problemas decorrentes da relação entre a Medicina e as indústrias de medicamentos/tecnologias, e a forma como têm colocado em risco a credibilidade da Medicina Baseada em Evidências.

Mas que combata também o oposto disto, que esculhamba acriteriosamente com todo medicamento. Onde torcem para que não emplaque nenhuma inovação tecnólogica. Onde defendem cegamente “práticas naturais” que mereceriam a mesma visão crítica a ser aplicada em medicamentos e tecnologias. Por trás disto, escondem-se mais médicos mal preparados do que em qualquer outro grupo. Ao já saberem “de antemão” que medicamentos não funcionarão, para que estudá-los? Para que analisar a evidência (e para tal saber epidemiologia e estatística), pondo em dúvida a própria convicção a partir de qualquer novo estudo?

Precisamos de componente na vacina não apenas para coibir o overdiagnosis/overtreatment, mas também excessos do movimento anti-medicamentos, anti-subespecialistas e outros do gênero, como o próprio movimento radical anti-vacinas.

A propósito, veja no link explicação científica de como vacinas causam autismo... http://howdovaccinescauseautism.com

quinta-feira, janeiro 23, 2014

Ghostwriting

Embora há muito tempo esta prática tenha sido condenada como inaceitável e pouco ética, as recomendações para combatê-la não tem sido amplamente aplicadas pelas instituições acadêmicas e por editores de periódicos, e tem sido assim por várias razões justificáveis, mas não aceitáveis. Há muitos editores que não aplicam esta política devido ao fato de que as empresas que contratam e pagam os “escritores fantasmas” são as mesmas que pagam os anúncios nos periódicos e tem contratos para distribuição de separatas, e estamos falando de muitas das principais revistas comerciais do mundo.

As instituições de pesquisa, em geral universidades, não têm tomado ações diretas, pois em muitos casos envolvem pesquisadores em posições importantes, que busquem financiamento para pesquisa em suas próprias universidades e, por outro lado, ataques contra o "ghostwriting" poderia abrir uma caixa de Pandora para todos, instituições académicas e editoriais. As associações profissionais também se mostram lentas em reagir contra seus próprios membros em virtude da própria visão corporativa que tem em defender suas profissões. LEIA MAIS EM SCIELO EM PERSPECTIVA.

terça-feira, janeiro 21, 2014

Check-ups: mais mal do que bem?

Muito gratificante ver o assunto divulgado em veículo de comunicação de alcance nacional. A jornalista da Folha, Cláudia Collucci, acompanha nosso fórum de discussão no Facebook sobre temas como overdiagnosis. Quero acreditar, até como forma de sustentar motivação para este trabalho tão pouco valorizado e debatido, que parte da inspiração para a matéria partiu disto. Se for uma verdade parcial, já terá justificado todo gasto de tempo e energia no projeto durante o ano de 2013, recarregando as baterias para 2014.

O texto de Cláudia está de uma clareza magnífica!

Não concordo apenas com a ideia de que pacientes e familiares tenham condições de ajudar muito, o que não significa, absolutamente, que não devem ser informados e esclarecidos. Existe este mesmo debate no movimento de segurança do paciente (leia mais). Abaixo a matéria da Follha:

------------------------

Início do ano, época em que muitos se dedicam a fazer check-ups, conjunto de exames considerado capaz de descobrir cedo as doenças, aumentando as chances de cura.

Não é bem assim. Cada vez mais surgem evidências de que os check-ups que se limitam a seguir apenas uma lista de exames preestabelecidos não trazem benefício algum.

Existe uma ideia equivocada (entre médicos e entre pacientes) de que só uma longa lista de exames é capaz de prevenir doenças.

Um levantamento feito em 2012 pela Cochrane, organização internacional especializada em revisar estudos da área médica, concluiu que os check-ups não reduzem a mortalidade de modo geral nem a mortalidade por doenças cardiovasculares e câncer, por exemplo.

Não é que os exames preventivos sejam totalmente inúteis. A questão é que eles precisam ser focados, levando em conta características individuais do paciente, como idade, hábitos e históricos clínico familiar.

Quando mal indicados, esses exames causam mais malefícios do que benefícios. Levam a mais exames invasivos e tratamentos desnecessários.

Muitos médicos sabem disso, mas continuam pedindo aleatoriamente check-ups. E o que é pior: não informam aos seus pacientes sobre a controvérsia em torno deles.

O assunto começou a ser investigado no começo deste ano pela Comissão de Ciência e Tecnologia do parlamento inglês, que pretende estudar uma forma de tornar essas informações mais acessíveis aos pacientes.

A discussão teve início após decisão de renomados médicos britânicos de não pedir mais a mamografia, exame preventivo para o câncer de mama, a mulheres consideradas de baixo risco (sem histórico familiar, por exemplo).

O conceito que está por trás disso se chama "overdiagnosis", ou, em tradução livre, excesso de diagnósticos.

MAMA E PRÓSTATA

Check-ups ou mesmo programas de rastreio para o câncer da mama ou da próstata, por exemplo, pegam "doenças" que nunca iriam causar nenhum problema.

As mamografias encontram lesões de significado incerto, cânceres que não se comportam de forma agressiva.

Mas como ainda é difícil saber qual desses tumores vai se espalhar e causar a morte, muitas mulheres são orientadas a passar por tratamentos, que podem incluir a mastectomia e a radioterapia.

Esses tratamentos, porém, também podem fazer mal. A radioterapia, por exemplo, aumenta o risco de doenças do coração. A cirurgia na mama tem riscos anestésicos e de infecção.

São riscos que valem a pena correr se a doença fosse de fato uma ameaça à vida. E em casos de lesões potencialmente inofensivas? Vale realmente a pena?

Com o câncer de próstata ocorre o mesmo. Em 2012, uma força-tarefa do governo americano divulgou uma recomendação contra a realização do PSA (exame de sangue para detectar câncer de próstata) como teste de rotina.

Essa força-tarefa é formada por especialistas em prevenção que fazem recomendações quanto ao rastreamento de doenças em pessoas sem sintomas após extensa revisão de estudos publicados.

Exames de autópsia estimam que um terço dos homens com mais de 50 anos que morrem por outras causas (coração, por exemplo) tinham um câncer de próstata "adormecido", ou seja, que estava ali quietinho, sem fazer mal a ninguém. Já o tratamento pode causar danos sérios aos homens, entre eles impotência e incontinência urinária.

Segundo os pesquisadores, para homens saudáveis e sem sintomas, não saber o que está acontecendo na próstata pode ser o melhor caminho.

Informações como essas precisam chegar de forma clara e correta aos pacientes. Somente por meio delas é que eles terão condições de optar por realizar esses procedimentos ou não.

Esse é um debate mundial, mas aqui no Brasil ainda está restrito a poucos grupos, como os médicos de família e comunidade. Precisamos ampliá-lo. E fazer valer o mantra do paciente: "nenhuma decisão sobre mim, sem mim".

segunda-feira, janeiro 20, 2014

Refrigerante leva à obesidade? Depende de quem financia estudo

Existem estudos científicos de qualidade que demonstram que beber refrigerantes com açúcar aumenta o risco de obesidade? A resposta pode depender de quem financia esses estudos.

Os pesquisadores examinaram 17 análises extensas (com 18 conjuntos de conclusões, pois um dos resultados separou adultos de crianças). Seis estudos relataram terem sido financiados por grupos de indústrias como Coca-Cola, PepsiCo e Associação Americana de Bebidas. Os outros 12 estudos declararam não possuir conflitos de interesses. A análise foi publicada na edição de dezembro do periódico PLoS Medicine.

Entre as 12 revisões sem conflitos de interesses, dez (ou 83,3%), relataram que as bebidas açucaradas estão associadas à obesidade e ao ganho de peso. Os estudos financiados pela indústria obtiveram um resultado inverso: dos seis estudos financiados pela indústria, cinco (ou 83,3 %) afirmaram que as evidências não foram suficientes para tirar conclusões.

"Eu não afirmaria que somente a participação da indústria seja suficiente para rejeitar os resultados desses estudos por completo como pesquisa de nutrição", afirmou Maira Bes-Rastrollo, principal autora do estudo e professora de Medicina Preventiva da Universidade de Navarra, na Espanha. "Todavia, eu acredito que o público em geral e a comunidade científica devem ficar atentos aos interesses da indústria alimentícia, que podem influenciar as conclusões." 

Autor: The New York Times 
Fonte: UOL - Corpo a Corpo

sábado, janeiro 18, 2014

MBE a serviço da indústria farmacêutica: overdiagnosis & overtreatment

A Medicina Baseada em Evidências (MBE) deixou a indústria farmacêutica cambaleante por um tempo nos anos 1990. Pudemos afastar o exército de representantes farmacêuticos, porque muitas vezes seu material promocional era desprovido de evidências. Mas a indústria farmacêutica percebeu que MBE era uma oportunidade e não uma ameaça. A pesquisa, especialmente quando publicada em um jornal de prestígio, valia mais do que milhares de representantes de vendas. Hoje a MBE é uma arma carregada na cabeça dos médicos. "É melhor você fazer como a evidência diz" ela sussurra, não deixando qualquer margem para apreciação ou julgamento. A MBE agora é o problema, alimentando o supradiagnóstico (overdiagnosis) e o supratratamento (overtreatment).

Perceba, sem as chamadas "evidências" não há lugar na mesa dos guidelines. Este é o "viés de comissionamento” fundamental, o elefante na sala, porque a indústria farmacêutica controla e financia a maioria das pesquisas. Assim, a indústria farmacêutica e MBE puderam legitimar diagnósticos ilegítimos e, em seguida, ampliar as indicações de drogas, e agora os médicos podem prescrever um comprimido para cada doente (“a pill for every ill”). Os bilhões de prescrições anuais na Inglaterra em 2012, um aumento de 66% em uma década, não refletem um verdadeiro aumento da carga de doença nem o envelhecimento da população, apenas polifarmácia supostamente baseada em evidências. A missão corporativa da indústria farmacêutica é fazer-nos todos doente por melhor que nos sintamos. Quanto a programas de rastreio baseados em evidência, estes são os ceifadores combinados de bem-estar, produzindo fardos de supradiagnósticos e ansiedade.

A corrupção em pesquisa clínica é patrocinada pelo clamor de um marketing e promoção bilionário repassado como pós-graduação. Por outro lado, os manifestantes contrários desorganizados, têm não mais que cartazes e um par de canetas de ponta de feltro para transmitir a sua mensagem, e de qualquer forma ninguém quer ouvir pessimistas cansativos.

Quantas pessoas se preocupam com o fato da fonte da pesquisa estar contaminada por fraude, farsas diagnósticas, dados de curto prazo, regulamentação pobre, desfechos substitutos, questionários que não podem ser validados, e resultados estatisticamente significativos mas clinicamente irrelevantes? Os médicos especialistas que deveriam fornecer sua supervisão foram abduzidos. Mesmo o National Institute for Health and Care Excellence e a Colaboração Cochrane não excluem autores com conflitos de interesse que, portanto, têm agendas predeterminadas. A atual encarnação da MBE está corrompida, deixada de lado igualmente por acadêmicos e reguladores.

O que vamos fazer? Devemos, primeiramente, reconhecer que temos um problema. A investigação deve concentrar-se no que não sabemos. Devemos estudar a história natural da doença, investigar intervenções não medicamentosas, questionar os critérios diagnósticos, demarcar a definição de conflitos de interesses, e pesquisar os reais benefícios de medicamentos em longo prazo, promovendo o ceticismo intelectual. Se não resolvermos as falhas da MBE haverá um desastre, mas eu temo que haja um desastre antes que alguém ouça.

sexta-feira, janeiro 17, 2014

Matéria em O Globo sobre a Glaxo faz psiquiatras questionarem-se sobre conflitos de interesse

Recentemente, foi publicada uma reportagem no O Globo que descrevia algumas falhas éticas nas relações entre os médicos e instituições médicas com as empresas farmacêuticas. A conseqüência destas relações eram refletidas em conflitos de interesses onde os prescritores e as instituições recebiam “agrados” em troca de impulsionar as vendas de produtos farmacêuticos. Não é possível quantificar exatamente o quanto estas relações de trocas impulsionariam as vendas, todavia um ponto é factual e explícito – o pesado marketing das empresas farmacêuticas sobre os profissionais médicos e sobre as associações de especialidades médicas. O nosso Congresso Brasileiro de Psiquiatria é um exemplo disto e evidencia como as empresas farmacêuticas querem ter seus espaços privilegiados.... Leia mais em Movimento Psiquiatria Plural

quinta-feira, janeiro 16, 2014

Repercussão do posicionamento da Glaxo no O Globo

Glaxo revisa política de promoção de remédios e não patrocinará mais médicos - por Maria Clara Serra

Em medida inédita entre farmacêuticas, a GlaxoSmithKline (GSK) anunciou ontem que não mais pagará médicos para que promovam seus produtos em palestras e conferências.

A decisão já está valendo nos EUA e será estendida para outros países, inclusive o Brasil, entre 2014 e 2016.

A medida ecoa as críticas sobre a prática de laboratórios farmacêuticos, bastante questionada por sociedades médicas e de bioética no mundo, e já combatida em países europeus e nos EUA.

O anúncio foi feito em meio ao escândalo de subornos que veio à tona este ano na China.

A GSK foi acusada pela polícia de pagar o equivalente a US$ 494 milhões para que agências de viagens facilitassem o aliciamento de profissionais de saúde. As vendas da empresa no país despencaram 61% no terceiro trimestre de 2013.

Em entrevista ao "New York Times" o CEO da GSK, Andrew Witty, afirmou que a revisão da prática não tinha a ver com o escândalo, mas que se tratava de um esforço "para tentar e ter certeza de que a empresa estava em sintonia com a forma como o mundo está mudando"

Entretanto, a empresa está se antecipando a uma exigência da nova lei de saúde do governo americano.

A partir de 2014, todas as farmacêuticas que atuarem no país terão que tornar públicos seus pagamentos.

— A sociedade médica nos Estados Unidos já proíbe a prática, e por isso a indústria está tendo que se enquadrar em novos padrões — ressalta o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Bioética da Universidade de Brasília e do Comitê Internacional de Bioética da Unesco, Volnei Garrafa.

— Aqui no Brasil isso continua com muita força e se chama conflito de interesse.

Pagamento de viagens para congressos com hospedagens em hotéis de luxo, eventos para lançamentos de drogas com o objetivo de agradar médicos e práticas nada transparentes para influenciar os profissionais de saúde a aumentar a prescrição de algumas drogas em detrimento de outras são comuns.

O costume, no entanto, não para por aí.

— Algumas sociedades médicas já se posicionaram contra a troca de benefícios com a indústria farmacêutica, mas a maior parte delas faz seus congressos com recursos das farmacêuticas — afirma o diretor do Instituto do Coração da UFRJ, Nelson Souza e Silva. — Embora as sociedades sejam privadas, elas não podem fazer propaganda de remédio.

Uma das maiores farmacêuticas do mundo, a GSK também anunciou que irá remover as metas individuais para representantes que trabalham diretamente com profissionais de saúde. Em comunicado, a empresa afirmou que eles agora serão avaliados por seu conhecimento técnico.

— A indústria farmacêutica usa isso como marketing. Se não influenciasse as pessoas, ninguém pagaria para fazer propaganda — diz Souza e Silva. — As empresas te tratam bem e isso te influencia. Por isso eu defendo que os médicos não podem receber nada das indústrias, nem uma canetinha. No fim das contas, quem vende o remédio somos nós, médicos. Temos que ter liberdade para prescrever o que é melhor para o paciente, sem influências externas.

PESQUISAS COMPRADAS

A questão fica ainda mais complicada quando se trata das pesquisas. A farmacêutica britânica anunciou que continuará pagando para que médicos façam investigações clínicas patrocinadas, além de atividades de consultoria e pesquisa de mercado, classificando a prática como essencial para sua atividade. No entanto, ela é alvo de críticas acirradas de especialistas em bioética.

— Na verdade, não só a GSK, mas as indústrias farmacêuticas em geral financiam a realização de pesquisas e esse financiamento gera sempre o conflito entre os interesses do médico, da indústria e do paciente — aponta o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva de Fiocruz, UFRJ, Uerj e UFF e presidente da Sociedade de Bioética do Rio, Sergio Rego.

— Isso pode fazer com que as decisões tomadas não sejam as melhores para o paciente. O grande problema é que eles pagam valores muito altos.

A relação entre indústria e pesquisadores foi abordada no documentário australiano "Food Matters" (O alimento é importante, na tradução para o português), de 2008. Defendendo o poder da alimentação contra o uso abusivo de medicamentos, o filme mostra como as grandes farmacêuticas influenciam o resultado dos estudos e a sua divulgação.

— A indústria elabora os métodos de pesquisa e os médicos ficam subordinados a quem paga — critica Souza e Silva. — Isso deveria ser feito institucionalmente por universidades públicas. O ideal é que as universidades criassem um fundo de financiamento, para o qual as indústrias pudessem contribuir. Mas a pesquisa teria que ser dirigida e comprovada pela instituição.

Porta dos Fundos brinca com medicalização da vida e efeitos adversos

quarta-feira, janeiro 15, 2014

Ensaios clínicos e indústria farmacêutica, por Suely Rozenfeld

"Na pauta da melhoria na qualidade da atenção aos pacientes várias medidas são sugeridas. Entre elas, manter certo ceticismo sobre as mudanças nos limiares de doença; reduzir a solicitação automática de testes pedindo apenas aqueles que auxiliarão o diagnóstico; realizar screenings de modo seletivo e fundamentado; considerar resultados anormais dentro do contexto do quadro clínico completo, repeti-los e reconsiderá-los frente aos tratamentos. Assim, clínicos e pacientes atuarão para conter a inflação de diagnósticos". Leia mais em Cad. Saúde Pública vol.29 no.12 Rio de Janeiro dez. 2013.

segunda-feira, janeiro 06, 2014

Cortina de Fumaça

Recebi longa mensagem de jovem médico elogiando esta iniciativa. Demonstrou conhecimento da literatura sobre o tema, o tom que todos os atuais colaboradores buscam e nem sempre atingem (descrito em Objetivos e Princípios Editoriais) e, principalmente, uma aparente capacidade diferenciada de gerar bons textos. Questionei se ele não queria contribuir, postar aqui de tempos em tempos...

Agradeceu, lamentando-se e contando que estava entrando na sua segunda residência, ambiente onde poderia ser mal interpretado e, então, prejudicado. “Não são muito abertos às reflexões sobre ética ou autocríticas, estarei somente acompanhando o Blog e quem sabe colaborando no futuro”, escreveu.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...